Oraste, pediste.
Desfase-te, porém, de quaisquer inquietações e asserena-te para recolher as respostas da Divina Providência.
Desnecessário aguardar demonstrações espetaculosas para que te certifiques quanto às indicações do Alto.
Qual ocorre ao Sol que não precisa descer ao campo para atender ao talo de erva que lhe roga calor, de vez que lhe basta, para isso, a mobilização dos próprios raios, Deus conta com milhões de mensageiros que lhe executam os Excelsos Desígnios.
Ora e pede.
Em seguida, presta atenção.
Algo virá por alguém ou por intermédio de alguma cousa doando-te, na essência, as informações ou os avisos que solicites.
Em muitas circunstâncias, a advertência ou o conselho, a frase orientadora ou a palavra de bênção te alcançarão a alma, no verbo de um amigo, na página de um livro, numa nota singela de imprensa e até mesmo num simples cartaz que te cruze o caminho.
Mais que isso. As respostas do Senhor às tuas necessidades e petições, muitas vezes, te buscam, através dos próprios sentimentos a te subirem do coração ao cérebro ou dos próprios raciocínios a te descerem do cérebro ao coração.
Deus responde sempre, seja pelas vozes da estrada, pela pregação ou pelo esclarecimento da tua casa de fé, no diálogo com pessoa que se te afigura providencial para a troca de confidências, nas palavras escritas, nas mensagens inarticuladas da Natureza, nas emoções que te desabrocham da alma ou nas ideias imprevistas que te fulgem no pensamento, a te convidarem o Espírito para a observância do Bem Eterno.
O próprio Jesus, o Mensageiro Divino por excelência, guiou-nos à procura do Amor Supremo, quando nos ensinou a suplicar: “Pai Nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos Céus…” (Mt
E, dando ênfase ao problema da atenção, recomendou-nos escolher um lugar íntimo para o serviço da prece, enquanto ele mesmo demandava a solidão para comungar com a Infinita Sabedoria.
Recordemos o Divino Mestre e estejamos convencidos de que Deus nos atende constantemente; imprescindível, entretanto, fazer silêncio no mundo de nós mesmos, esquecendo exigências e desejos, não só para ouvirmos as respostas de Deus, mas também a fim de aceitá-las, reconhecendo que as respostas do Alto são sempre em nosso favor, conquanto, às vezes, de momento, pareçam contra nós.
(Brasil espírita, dezembro de 1967, p. 4)