Incorporando-se ao trabalho que nos foi concedido, Hilário, desde o princípio da tarefa, compreendeu o imperativo de renovação, portas a dentro de nossa atividade espiritual.
Observou que a Doutrina Espírita, alcançando a mente popular, exige novas formas de pensamento para a transformação justa da vida.
Reconheceu que, sem ideias claras, os hábitos não se regeneram e as atitudes não se definem.
Percebeu que muita gente, em contato com a verdade, liberta a cabeça de prejuízos e preconceitos, continuando, porém, com os pés algemados a ilusões e convenções.
Entendeu que a maioria tem dificuldades para a leitura digerida dos volumes especializados.
Reparou que muitos companheiros rogam orientação, à maneira de doentes que possuem receitas seguras no bolso, mas se esquivam ao remédio por falta de tempo.
Anotou o imperativo de se veicularem os nossos princípios, através das mais diversas vias de leitura e conhecimento, ao alcance do povo.
E idealizou a produção de páginas ligeiras, em que a informação do Plano Espiritual pudesse chegar com facilidade ao entendimento comum.
Munindo-se, desse modo, de conclusões e anotações, valeu-se das faculdades de dois médiuns amigos e grafou o livro que nos apresenta de coração para coração.
Constituída de retalhos do cotidiano, aqui temos, assim, a sua mensagem simples e fraterna, convidando-nos a pensar.
Entregando-a, pois, aos irmãos de ideal e de luta, pedimos ao Divino Mestre abençoe o novo servidor para que se enriqueça de paz e trabalho, em sua leira de luz.
Uberaba, 2 de fevereiro de 1960.
(Médium: Francisco Cândido Xavier.)
Nota — A convite do Espírito de Hilário Silva, os médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier receberam respectivamente a primeira e a segunda parte deste livro.
Sim, a vida escreve em toda parte aquilo que pensamos.
O caderno em branco chama-se Tempo.
E nós somos autores de todos os capítulos que se desenrolam por fatos vivos, no livro da Eternidade.
Aqui, a Tragédia assombra.
Ali, o Drama chora.
Além, a Comédia ri.
Adiante, o Poema enleva.
Anota, desse modo, aquilo que desejas, de vez que a vida expressa tudo quanto queremos. Contadora divina, soma os atos, subtrai influências, multiplica valores, divide compromissos e dá-nos a equação de tudo quanto é hoje, a fim de que saibamos o que seja Destino, para nós, amanhã.
Uberaba, 2 de fevereiro de 1960.
(Médium: Waldo Vieira.)