O grupo solicitara a presença do , através do médium, para estudar os problemas da Instituição, e os amigos comentavam:
— O que nos espanta é o carrancismo do presidente da nossa casa… Velharia nas providências, velharia nas decisões… — falava um deles.
— E o rotinismo do tesoureiro? — dizia outro — pensa por padrões do outro século…
— O que me assombra é a nossa caminhada carro-de-boi — lamentava-se um terceiro. — Carrancismo, carrancismo…
— Justamente — proclamava ainda outro —, não encontraríamos definição mais exata. Carrancismo é a praga de nossa diretoria.
O Espírito amigo, que ocupara dignamente, e por longos anos, a direção da Casa de Ismael, no Brasil, escutava, escutava…
Pretendendo arrancar-lhe uma opinião, pediu um dos circunstantes:
— E o senhor, doutor Guillon? Que diz o senhor acerca de nosso assunto?
O benfeitor desencarnado deixou o silêncio em que se mantinha e falou, sorridente:
— Sim, meus amigos, do ponto de vista em que se colocam, vocês têm razão, mas “carrancismo” é a palavra com que sempre definimos o trabalho da diretoria de qualquer Instituição da qual não façamos parte.
(Psicografia de Francisco C. Xavier)