A Vida Escreve

Capítulo XXIII

Presente imprevisto



— Olhe por mim, Irmã Nélia! Tenho sofrido demais.

Era D. Flavinha quem pedia à entidade amorosa, na sessão de efeitos físicos, em grande cidade mineira.

E Irmã Nélia, materializada, confortava:

— Tudo melhorará, minha filha! Acalme-se. Confiemos em Jesus.

Na, reunião imediata, D. Flavinha clamava:

— Socorro, Irmã Nélia! Minhas provações são terríveis! Que será de mim? Traga-me um consolo!

A mensageira em serviço respondia:

— Filha, tenhamos paciência e coragem… A luta é instrumento de redenção! A dor é uma bênção que a Lei de Deus nos envia…

Nas preces seguintes, voltava D. Flavinha:

— Irmã Nélia, sofro imensamente! Ampare-me!…

E a emissária do bem:

— Jesus é por nós… Seja a fé nosso guia. Rearticulada a assembleia de oração, D. Flavinha repetia:

— Ó Irmã Nélia, desfaleço!… Que será de mim com tantas dores?

A piedosa entidade balsamiza-lhe a alma:

— Filha, não esmoreça! Com o dever retamente cumprido, receberemos do Senhor novas bênçãos! Não desanime, não desanime!

Outras sessões e outros clamores.

A situação perdurava por mais de um ano, quando, certa noite, D. Flavinha rogou com mais lágrimas:

— Irmã Nélia, não posso mais! Auxilie-me, por amor de Deus! Sua caridade tem trazido aqui o remédio para tanta gente! Lembre-se de mim! Traga-me, por Jesus, algum socorro mais decisivo!

E Irmã Nélia informou:

— Sim, sim… Tentarei, tentarei…

Quando a sessão terminou, D. Flavinha sorriu pela primeira vez, embora extremamente desapontada.

No seu colo estava, bem-posta, grande e curiosa chupeta…



(Psicografia de Francisco C. Xavier)