A Vida Escreve

Capítulo XVII

Que acha o irmão?



João Neves, moço de muita fé, sempre recorria aos préstimos de benfeitor desencarnado que ajudava aos doentes por intermédio das faculdades psicofônicas de conhecida médium.

Por mais de cinco anos consecutivos, o Espírito amigo tratava da saúde de João, através de passes, com inexcedível paciência.

Certo dia, incorporado à médium, o caridoso amigo considerou:

— João, tudo temos feito por suas melhoras. Entretanto, o problema gástrico está renitente.

E ajuntou:

— Que comeu você hoje ao almoço?

O rapaz informou, presto:

— Comi feijão e arroz, cinco batatas, duas empadas grandes, um prato de saladas, dois pães com manteiga, dois bifes, quatro ovos e duas xícaras de café quente. É… — e relanceando o olhar pela sala, como se recorresse à memória, acrescentou: — Parece que foi só isso.

Notando que o Espírito silenciara, João indagou:

— Que acha o Irmão?

O benfeitor sorriu, através da médium, e respondeu:

— Eu, João? Que posso falar? Penso apenas que o único remédio em seu caso seria Deus conceder a você dois estômagos…



(Psicografia de Francisco C. Xavier)