Estou presente a esta reunião, procurando meios de transmitir-lhes a paz. Estou bem, com a mesma esperança de um futuro melhor.
Sei que sofreram muito e continuam sofrendo, no entanto, todos somos de Deus e Deus nos concederá forças para memorizar o que me ocorreu, de corações asserenados por Sua Bênção.
“Manhê”, não aconteceu mais do que devia suceder. Cheguei a dormir naquela noite, sem ver mais alguma coisa.
Lembrei-me de você, mãezinha, e pedia a Deus que me auxiliasse; pois os primeiros pingos de sangue começaram a cair e assustei-me. Uma força que não conhecia me sustentou e, apesar do sangue que comecei a perder com mais intensidade, a calma me tomou o pensamento.
Refleti nas possibilidades de um telefonema, entretanto, pensei de mim para comigo: — Farei isso amanhã, porque agora seria difícil estabelecer a ligação. Sabia que o papai teria recursos para buscar-me, no entanto, não me seria possível incomodá-lo.
Como o desejo é uma força mais forte, quis levantar-me e não pude mais. Fiquei impressionado com aquela perda de sangue, ao mesmo tempo em que as minhas forças desapareciam. O resto não preciso comentar.
Entre o abatimento e o sono, vi que um senhor de idade madura me abraçou e disse: — Não se aflija. Sou seu “bi” e aqui me encontro pra cooperar com o papai e a mãezinha.
Eu não tinha intimidade com ninguém que pudesse se apresentar naquela condição. Quase balbuciando as palavras indaguei sobre aquele “bi”, e ele me respondeu: — Sou seu bisavô Vítor e vim convidar você para o repouso.
Aí, carregou-me nos braços; foi quando falei àquele parente: — Sou também Vítor e desejo a sua paz. Isto foi dito com a tranquilidade necessária.
Depois de alguns dias naquele ambiente, consegui voltar, levado pelas lágrimas de minha mãe.
Sinto-me emocionado pelas manifestações de carinho dos meus amigos e, especialmente, da Priscila. Termino esta carta com muitos beijos para minha querida mãezinha e meu querido papai, e as muitas saudades de seu filho
(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 1º de Março de 1991, em Uberaba, MG.)
Vítor Fernando Stocco Júnior — “Vitinho”
Nasci mento: 13/2/1974
Desencarnação: 8/9/1989
Vitinho estava num Clube de campo, na cidade de Itapevi, SP, em companhia de casais de amigos da família e seus filhos. Na manhã do dia 8, ele teve um mal súbito ao sair da barraca e caiu, sendo levado, imediatamente a um Pronto Socorro próximo ao Clube, mas já chegou em óbito. Não foi feito autópsia e os médicos consideraram como causa-mortis: ruptura de aneurisma cerebral.
Mãe: Lúcia Regina Romano Stocco.
Pai: Vítor Fernando Stocco.
Irmã: Priscila Regina Stocco.
Residentes à Rua Cristiano Viana, 1142. CEP. 0541 1-002. S. Paulo, SP.
Bisavô paterno: Nicanor Vítor Stocco, desencarnado.