A volta

Capítulo VI

Segunda mensagem de Denize Freire Valença



Queridos papai Djayre querida mãezinha Doralice, em preces a Jesus por nossa paz e felicidade, venho trazer-lhes o meu coração agradecido, notadamente ao papai Djayr, a quem desejo um Dia dos Pais dos mais felizes.

A madrinha Purificação e a vovó Laura estão comigo e enviam ao papai idênticos votos.

Passamos este sábado em várias instituições em que se refugiam os idosos sem esperança, tentando infundir-lhes a fé no futuro que para eles está surgindo tão perto.

A enfermagem me propicia oportunidades de aproximação com vários núcleos assistenciais, em cujas atividades, hoje principalmente, encontrei muitos pais esquecidos e enfermos, de cuja existência a sociedade em comum não conseguirá lembrar-se.

Digo isso, sem a mínima inclinação para a crítica ou para a reprovação. Mas a verdade é que surpreendi muitos irmãos desolados pela saudade com que se recordam dos parentes queridos, que os deixaram nessas antecâmaras da libertação espiritual, a mentalizarem filhos e netos que aspirariam reencontrar ainda que fosse por alguns simples minutos.

Pais esquecidos!… São avôs ou bisavôs que a doença inclina para a terra generosa, portadores de moléstias inarredáveis que neles mesmos entretecem os fios da desencarnação próxima. E oramos junto deles, cujos cérebros, à falta de medicação adequada, se mostram esclerosados, misturando lembranças e alucinações nas lágrimas que lhes lavam as faces. Idosos!… Quando será que os nossos irmãos da Terra, se conscientizarão de que o tempo lhes amolecerá o corpo e lhes encarcerará os pensamentos nas saudades do que são hoje, em marcha para as transformações de amanhã?

Reflitamos sobre isso e continuemos trabalhando e servindo.

Que o Sol de Deus prossiga brilhando acima da Terra, aquecendo a todos os filhos e filhas do Misericordioso Pai, multiplicando edificantes experiências que nos sirvam a todos, são os meus votos.

Querido papai Djayr e querida mãezinha Doralice, aqui deponho os beijos que lhes devo significando o meu respeitoso amor e a minha gratidão de sempre.

Muito carinho e reconhecimento da filha que lhes pertence pelo coração



(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião publica do Grupo Espírita da Prece, na noite de 9 de agosto de 1986, em Uberaba, MG.).