“Meus irmãos,” era a palavra De Jovino Conceição, “A nossa casa de preces Exige renovação. “O nosso Centro, por si, Tem muita terra ociosa, Desde a Rua das Palmeiras Até a Rua Formosa.” Contava o orador apenas Dois meses de fé mofina, Mas era um verbo fluente Nos assuntos da Doutrina. “Nosso maior compromisso Está vinculado ao povo… Mostraremos na própria ação Tudo melhor, tudo novo… “Necessitamos pensar Nas surpresas do porvir Nossa sede é um pardieiro, Velha tapera a cair. “Sendo grande e complicada, A casa virá no fim… Teremos primeiramente Um amplo e belo jardim. “Ergueremos junto dele A Casa das Refeições, Que atenda aos necessitados De todas as direções. “Logo após, levantaremos O lar que abrigue as crianças, Demonstrando o nosso zelo E o nosso apoio às mudanças. “Faremos nobre instituto, Com painéis em várias cores, Educando a juventude E preparando oradores.” Na pausa, sacou do bolso Anotações a granel, De pé, ele organizou Cinco pastas de papel. Em seguida, anunciou: “Trouxe aqui o meu esquema A fim de que ninguém veja Que estou criando problema. “Espero que não perguntem, Nem façam perquirições; Ganhei, no alto comércio, Seiscentos e dez milhões. “Não me falem esta frase: — Dinheiro aqui não se tem, Dinheiro e Obras do Cristo É dele e de mais ninguém…” — Quando será tudo isso? Indagou Chiquinho Lemos. O orador disse nervoso: “Amanhã começaremos.” No entanto, eis a despedida Que já se achava marcada. O grupo entregou-se a planos Até a alta madrugada. Falou-se em reconstrução, Em vasto campo de esporte, Em que toda a criançada Pudesse ficar mais forte. No outro dia, muito cedo, O entusiasmo cresceu… Mas Jovino Conceição Nunca mais apareceu. |