Há casais em rixas graves, Entretanto, a maioria Resolve qualquer problema Na paz de grande alegria. Num casal desajustado O namoro era um jardim De festa, flores e abraços Sob a ternura sem fim. Decorridos longos meses Eis a rotina em ação, Enfararam-se um do Outro Ao primeiro palavrão. Fosses em diálogos simples Ou em notícia que agite. A conversa disparava Para aplausos ao desquite. Despenderam tantas horas No insulto amargo e infeliz, Que por fim deliberaram Levar o caso a um juiz. O juiz ouviu-lhes, calmo, Com bondade e compreensão E pediu aos dois amigos Não buscar separação. Ouvindo tantos conselhos Repletos de sensatez, A esposa reconfortada Entrou para a gravidez. Em seguida aos nove meses, Do casal nasceu Julinho, Um meninão bochechudo Uma glória de carinho. Não se falou mais ali De desquite e irritação, Era só — Julinho, meu filho! Venha cá, meu coração!… A jovem mãe encontrara O amparo que sempre quis, O pai agora mudado Sentia-se forte e feliz. E entendi que em todo lar, Seja de crentes ou ateus, Toda criança que nasce É uma esperança de Deus. |