Ação, Vida e Luz

Capítulo VI

Em família



Há casais em rixas graves,

Entretanto, a maioria

Resolve qualquer problema

Na paz de grande alegria.


Num casal desajustado

O namoro era um jardim

De festa, flores e abraços

Sob a ternura sem fim.


Decorridos longos meses

Eis a rotina em ação,

Enfararam-se um do Outro

Ao primeiro palavrão.


Fosses em diálogos simples

Ou em notícia que agite.

A conversa disparava

Para aplausos ao desquite.


Despenderam tantas horas

No insulto amargo e infeliz,

Que por fim deliberaram

Levar o caso a um juiz.


O juiz ouviu-lhes, calmo,

Com bondade e compreensão

E pediu aos dois amigos

Não buscar separação.


Ouvindo tantos conselhos

Repletos de sensatez,

A esposa reconfortada

Entrou para a gravidez.


Em seguida aos nove meses,

Do casal nasceu Julinho,

Um meninão bochechudo

Uma glória de carinho.


Não se falou mais ali

De desquite e irritação,

Era só — Julinho, meu filho!

Venha cá, meu coração!…


A jovem mãe encontrara

O amparo que sempre quis,

O pai agora mudado

Sentia-se forte e feliz.


E entendi que em todo lar,

Seja de crentes ou ateus,

Toda criança que nasce

É uma esperança de Deus.