Foi num concurso de samba. O nosso amigo Ribeiro Entre os demais concorrentes, Estava sendo o primeiro. Moças e moços de fama, Após ligeira merenda, Afastavam-se da festa Largando-se da contenda. Ribeiro continuava E, escorado na moringa, De hora em hora, reclamava Um grande copo de pinga. A equipe dos musicistas, Composta de gente amiga, Doava substitutos A quem mostrasse fadiga. Ribeiro continuava Tomando conta da praça, Dançando e gesticulando, Alimentado à cachaça. Decorridas vinte horas, Num grito desabalado, Ribeiro caiu no chão… Estava desencarnado. Um médico trazido a exame, Discreto, falou à parte, Explicando a conhecidos, Quanto à suspeita de enfarte. O morto, de nosso lado, Olhando o corpo no chão, Clamava: “Jesus me valha Mártir São Sebastião.” Depois, conheceu conosco Um colega, seu amigo… Chorando, exclamou: “Manoel, O samba acabou comigo!…” Manoel que lhe fora par No Roçado do Vai Vem, Falou a ele: “Ribeiro, Samba não fere a ninguém… Quem te roubou vida e força, Não foi samba, nem foi ginga. Dança e música são nossas, Quem te matou foi a pinga.” .Jair Presente |