Dizes-te, às vezes, pobre e sem recursos, Que ninguém te sorri… Entretanto, não vês que trazes, ao dispor, Um tesouro de vida superior, Que podes espalhar, começando de ti. Ergue-se de teu verbo o ensejo santo De transmitir o bem a quem te escuta. Exterminando o mal… Guardas, portanto, A magia do Céu e o doce encanto Da voz que estende a paz e extingue a luta. Tens no olhos e ouvidos sentinelas, De modo a ver em ti e, em derredor, Os males a vencer, rixas e bagatelas, Na construção do bem pela qual te desvelas, Em louvor do melhor. Tens nas mãos duas harpas prodigiosas Capazes de entoar a melodia, Da beleza, do amor e da alegria, Criando arte e cultura, luz e rosas Ao sol de cada dia. Dizes-te, às vezes, pobre e sem recursos, Que ninguém te sorri… No entanto, tens contigo, seja em qualquer lugar, A bênção de servir e trabalhar, A riqueza mais alta que já vi… .Maria Dolores |