Sofres, de longa data, o rude assédio De provações, dentro de casa: É o pai doente, é o filho que se atrasa Nos deveres do estudo, entre os quais se habilite Para a vida melhor, mais nobre e mais bonita; É a filha habituada ao desencanto e ao tédio Em que parece alienada; São os amigos e irmãos de palavra dourada Que te falam de amor e de carinho E te deixam nas pedras do caminho… Não te entregues, no entanto, À tristeza vazia. Sai de ti mesmo e vem conosco à escola Onde a força do bem nos reanima e consola, Doando-nos apoio e companhia. Comecemos o nosso aprendizado De aplicação à prática do bem: Muito perto de nós, em único recanto, Com todo o fel que a privação contém Agoniza um enfermo sem ninguém. Nossa jornada continua… Estendamos socorro às mãos infortunadas Que mendigam na rua, Às criancinhas desacompanhadas Que buscam, por instinto, Nas sacolas de lixo das calçadas Um pedaço de pão que lhes acalme o estômago faminto, E aos doentes sem paz, aqui e além, Sem choça a protege-los do frio que os açoite… Ei-los rogando espaço e pouso, antes que chegue a noite… Vem aprender, ante as lições da prova, Nas aulas sob pontes esquecidas, Nos becos, nos porões, nas avenidas E entenderás que a vida se renova À frente dos irmãos do pranto e da amargura!… Então regressarás ao lar que te guarda e te apura; De coração tomado de alegria, Notando no trabalho e no esforço dos teus, Doces obrigações de cada dia, Dando graças a Deus. .Maria Dolores |