Ouço-te as preces, alma querida e boa, Rogando proteção, Como quem pede entendimento e abrigo Para o cansado coração… E sei que choras, com motivos próprios, Mesmo vivendo no clarão da fé, Porquanto quem passou pelas sendas humanas Sabe o que seja a luta e a provação como é… Para os que decidem a viver sob a inércia, Tempo, ante algum tempo, é sono simplesmente, Mas para quem aceita o próprio aprendizado A vida é diferente… Entretanto, recorda: Os espinhos da alma São sempre como são, Formando, em qualquer parte, os degraus da subida À luz da elevação… E os espinhos são muitos, No caminho interior, É o dever de se dar à batalha do bem, O encargo de atender ao plantio do amor… É a incompreensão de alguém, é o desafio A fim de que se anule a tentação Que tantas vezes nos visita, A testar-nos o próprio coração; É a nossa dor e a luta dos que amamos, A inquietação e o medo, em cada prova, A tristeza, a amargura, a sombra e a mágoa, Tudo, enfim, que nos fere e nos renova. Inda assim, alma boa, Vale a pena seguir… Ama e perdoa!… A fim de que se alcance a suprema alegria, Não basta ver em nós sofrimento e pesar, É preciso vencê-los, dia a dia, Trabalhar e servir, aprender e passar… .Maria Dolores |