Amigo Leitor.
Imagina-te dentro de uma noite densa, em que a escuridão estende o seu manto escuro, na qual o céu se mostra oculto, sob o domínio de nuvens, prenunciando tempestade próxima.
Na Imensidão não surge uma estrela sequer descobrindo a cortina das trevas…
De quando a quando trovões ameaçadores ribombam no alto, qual se fosse covis de feras soltas e raios mortíferos rasgam a condensação das sombras fazendo tremer a Terra e nada se pode fazer contra essas convulsões da Natureza…
Aqui e ali animais perdidos no nevoeiro em vão procuram o ninho ou o redil que o Mundo lhes oferece por moradia.
Aves piam ou gritam rogando socorro, dando a ideia de seres pensantes, pedindo aos céus providência e amparo contra a fúria do vento desatado por monstros invisíveis.
Nas cidades, transeuntes correm com os meios que se lhes fazem precisos, na ânsia de se aconchegarem na tranquilidade e no calor do lar.
É a tempestade prestes a cair sobre a Terra espectante…
Esse quadro nos compele a recordar a conturbação humana, nesta hora difícil da Humanidade Planetária… Desentendem-se os homens por bagatelas.
Nações oprimem nações, as criaturas mais fracas ou mais fortes se deixam levar pelas correntes de terror.
Entretanto, assim quais os homens não podem frustrar os poderes da Natureza, no curso da noite, não conseguem também a gestação de novo dia. Forças imensas do Bem se conjugam para resguardar a segurança da Terra. E se os homens recusarem semelhante auxílio, persistindo nos caprichos infelizes aos quais se habituaram, desde muito tempo, responderão pelo que fizerem em prejuízo deles próprios.
Confiamos, porém, na sensatez e no discernimento de quantos procuram conservar as conquistas do progresso, na sustentação do Trabalho e da Paz.
Os vários povos do mundo não conseguirão obstar a presença da noite, nem disporão de recursos para que a vida humana na Terra atinja o júbilo de um Novo Despertar.
Uberaba, 13 de setembro de 1990.