Antologia da Espiritualidade

Capítulo XIX

Moeda bendita



Sê bendita, moeda, quando surges

Pelo esforço de alguém,

Amparando outro alguém que te liberta

Por sustento do bem.


Honrada sejas sempre quando atinges

Os mais remotos ângulos do mundo,

À feição de alavanca do progresso

No trabalho fecundo.


Respeitada te vejas como apoio

Na civilização, dia por dia,

Espalhando na Terna, em toda parte,

Reconforto e alegria.


Venerada te mostres sob a forma

Em que o poder humano te estrutura,

A fim de garantir os méritos da escola

No clima luminoso da cultura.


Sê bendita, porém, com mais grandeza

Onde a força que encerras se consome

Para ser pão e luz, abraçando e extinguindo

A penúria sem nome.


Enaltecida sejas com mais glória,

Na sombra em que teu brilho sobrenade

Para lenir a dor que obscurece

As trilhas da viuvez e da orfandade.


Louvada sejas mais ardentemente,

Na mão fraterna e boa que te alcança,

A fim de transformar-te, vida em fora,

Em fé, socorro e paz, caridade e esperança.


Por toda a evolução que orientas e trazes

Onde a vida, moeda, te afeiçoe,

Mas, sobretudo, pelo bem que fazes

Deus te eleve e abençoe.