No vetusto solar da longínqua Provença, Ao pajem disse a dama, ante pálida lua: — “Nunca te esquecerei!… Sou tua, sempre tua!…” No outro dia, porém, deu-lhe escárnio e descrença. Relegado no campo ao suor da charrua, Entre a mágoa do amor e a humilhação da ofensa, O jovem busca a morte… A morte, em sombra imensa, Endoidece-lhe o sonho e a vida continua… Mais tarde, a castelã parte igualmente e, ao vê-lo, Desgrenhado e infeliz, no infeliz pesadelo, Implora outra existência à Bondade Divina… Hoje, mãe triste e pobre, em lágrimas no arado, Aconchega no colo um menino entrevado Que a doença consome e a loucura domina. |
JÚLIA CORTINES Laxe — “Júlia Cortines” — diz Péricles Eugênio da Silva Ramos (. III, pág.
246) — “é uma das poetisas selecionadas por Valentim Magalhães para figurarem na parte antológica de (1870-1895). Sua poesia afigura-se realmente parnasiana, de um comedimento e boleio de frase semelhante ao de Francisca Júlia.” É ela, segundo afirma o poeta e ensaísta Darcy Damasceno (, III, t. 1, pág. 376), quem “abre o desfile dos epígonos parnasianos”. Sentimento, emoção, cuidado da forma, beleza expressional e correção métrica caracterizam-lhe os poemas, levando José Veríssimo a compará-la à célebre poetisa italiana Ada Negri (E. Werneck, , Pág. 507). (Rio Bonito, Estado do Rio, 12 de Dezembro de 1868 — Desencarnou em 19 de Março de 1948.)
BIBLIOGRAFIA: ; ; .
Ler com sinérese: vee-men-te.
Leia-se com hiato: com/ cer/te/za/ e/ra.
Para que possamos observar o gosto da poetisa para a alusão a nomes célebres, quer mitológicos quer da vida real, cf. o soneto “A Vingança, de Cambises” (apud Pan. III, págs. 246-247).
Epímone — .
Epizeuxe — “Nome dado à FIGURA que resulta quando se repete a mesma palavra, sem intervalo,…” (Geir Campos, Op. cit.)
Epímone — .
(Psicografia de Francisco C. Xavier)