Hospital! Praia viva dos efeitos, És o foro das causas esquecidas, Reduto generoso de mil vidas, No espinheiral dos trilhos imperfeitos. Incompreendida dor! Benditos leitos! Ninho-prisão de loucos e suicidas Dantes livres nas largas avenidas Do egoísmo e do orgulho, vis e estreitos. Em teu regaço, as lágrimas são hinos… Alguém te vela o clima, atento e mudo: O médico no leme dos destinos… Dá-nos, templo da angústia transitória, O florão da humildade por escudo, O laurel do trabalho por vitória!… |
LUÍS DELFINO dos Santos — Médico, L. Delfino soube, desde cedo, servir-se dos pequenos lazeres da clínica para escrever os magistrais sonetos da sua obra imponente, na qual conseguiu refletir “os três movimentos poéticos do século: o romantismo, o parnasianismo e o simbolismo”. Seu filho, Tomás Delfino, já desencarnado, coligiu em vários livros a obra imensa de LD, deixada esparsa em jornais e revistas. “Era um poeta abundante,” — confirma-o Manuel Bandeira — “e tanto podia espraiar-se longamente em lirismos condoreiros, como sabia limitar-se lapidarmente num soneto.” (, pág. 29). (Florianópolis, Santa Catarina, 25 de Agosto de 1834 — Rio de Janeiro, Gb, 31 de Janeiro de 1910.)
BIBLIOGRAFIA: ; ; ; etc.
Admirável soneto, digno de um médico-poeta.
(Psicografia de Waldo Vieira)