Antologia dos Imortais

Capítulo LVII

Lafayette Melo



— “Monstro! Monstro! Olhe o monstro!… — Esse era o grito

Quando ele vinha… O rosto bexiguento…

A mão mirrada… A calva exposta ao vento…

Arrimado ao bastão, coxeante e aflito…


Um dia cai… Arrasta-se, febrento…

Ziguezagueia o cérebro em conflito

E morre qual se fora cão maldito

No caos de um formigueiro em movimento…


Liberto enfim!… Alegre e delirante,

Sonha empunhar espada e fino guante

Picando irmãos em luta fratricida!…


Desperta! E oscula em lágrimas ditosas

As pequeninas feras belicosas

Com quem purgara os erros de outra vida.


LAFAYETTE MELO — Filho de Desidério de Melo e de D. Clarinda de Melo, L. Melo, além de poeta, foi professor, poliglota e jornalista. Um dos fundadores e diretores de , em sua terra natal. Órfão de pai desde cedo, foi um autodidata. Desde que se tornou espírita, passou a ser devotado colaborador de (hoje, ), semanário espírita uberabense, com sonetos bem trabalhados, de conteúdo doutrinário. (Uberaba, Minas, 21 de Outubro de 1892 — Patrocínio, Minas, 15 de Agosto de 1953.)



renascimento. Evidentemente, nada tem a ver com o estilo Renascença do 1º verso, e sim, com a reencarnação.

Eis parte do texto integral: “Mas, ingratos, os homens se afastaram do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade.” (Allan Kardec, O Evangelho seg. o Espiritismo, cap. VI, “Instruções dos Espíritos”, “”.)

Atente-se no ritmo do 1º hemistíquio, inteiramente jâmbico.

Aliteração em p.

Religião da Luz: o Espiritismo ou Doutrina Espírita a que os Espíritos costumam chamar a Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria.

Suarabácti: “ca-ta-le-p-si-a”..

Note-se a epímone. — .

Mesarquia. — .


(Psicografia de Waldo Vieira)