Carrega sem revolta a cruz que te aguilhoa Às pedras e espinheiros da subida!… Se aceitaste Jesus transfiguraste a vida, E o suor no madeiro é a luz que te abençoa. Olha ao redor da senda em que transitas As criaturas vestidas de embaraços, Largaram-se da cruz com os próprios braços E te acenam, de longe, anônimas e aflitas. Algumas, em te vendo os passos vacilantes, Zombam de ti com impropérios e insultos, Conservando, no entanto, os tormentos ocultos Dos remorsos no fel de lágrimas constantes. Ouves na retaguarda injúrias, desatinos… E elevas-te aguentando a cruz pesada, Demonstrando a humildade aos amigos adultos E falando de amor aos pequeninos. Mostras a fé robusta aos homens desatentos… A viagem é longa, em longos trechos brutos. Chegas, porém, ao topo, em passos diminutos, A esquecer-te dos pés doridos e sangrentos… Do topo para a frente é tudo primavera, A natureza brilha. É e força de outra luz, E buscas, Mais Além, o abraço de Jesus, O Servidor Divino que te espera!… |