Auta de Souza

Capítulo LIII

União sem adeus



Converte o pranto em que te dilaceras

Em fonte de bondade, alma querida,

Transfigure em bondade, paz e vida

A saudade que trazes de outras eras…


Espalha o bem, por mais que a dor coincida

Com teu sonho de novas primaveras,

Eleva-te a caminho, enquanto esperas,

Quanto mais alto, tanto mais subida.


Segue e serve, de pés sangrando embora,

Esquece-te, perdoa, lida, chora,

Luta, vence-te, sofre, mas porfia!…


E encontrarás o Reino do Amor Puro,

Da união sem adeus ante o futuro

Na beleza perpétua da alegria!…




(Soneto recebido em reunião da noite de 21 de julho de 1973, na Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, MG.)