Auta de Souza

Capítulo LXII

Na luz perene



Não te rendas aos golpes da amargura,

Nem conserves a mágoa no teu ninho;

A dor que atinge extremos de tortura

É refúgio real no torvelinho.


Colhe as flores da estrada com brandura,

E planta novos sonhos de carinho;

Socorre a inquietação que te procura,

E eis que a paz te enobrece no caminho.


Se te escasseia o amor à própria vida,

Descerás para a sombra, instante a instante,

Ao tributo fatal da morte infrene.


Mas se buscas sorrir e dar guarida

Ao cansado viajor de passo errante,

Renascerás, feliz, na Luz Perene!…




(Impresso pela Casa Transitória da Federação Espírita do Estado de São Paulo)