Auta de Souza

Capítulo XLVIII

Perdoa



Repara a fonte diligente e boa

Escravizada ao solo em que destila,

Acolhendo, a cantar, doce e tranquila,

A saliva do charco que a magoa.


Envolvente e translúcida coroa

Que afaga e nutre o coração de argila

Passa ajudando ao chão em que se asila,

Tanto mais pura, quanto mais perdoa…


Como a fonte que olvida toda ofensa,

Abraça na bondade a luz imensa

Que te guarda, no mundo, a alma sincera.


E, estendendo o perdão por onde fores,

Encontrarás na cruz das próprias dores

A Alegria Divina que te espera…




(“CAMPANHA DE FRATERNIDADE AUTA DE SOUZA” 1ª edição — fevereiro de 1972 — pág. 45)