Auta de Souza

Capítulo XLIX

Sigamos juntos



Enxuga o pranto que te molha o rosto,

Emudece a revolta e vem comigo

Para o vale onde a noite abre o postigo

Da vida que respira a contragosto.


Fita o rude semblante descomposto

Dos que sonham debalde um peito amigo,

A solidão, a fome, o desabrigo,

O assombro e o desespero do desgosto…


Ampara a multidão ansiosa e tarda,

A desfazer-se em sombra áspera e fria,

Dos corações no fel da retaguarda.


Semeia a caridade humilde e franca

E esquecerás a mágoa que te espanca

Por transformá-la em bênção de alegria.




(“CAMPANHA DE FRATERNIDADE AUTA DE SOUZA” 1ª edição — Fevereiro de 1972 — pág. 42)