Auta de Souza

Capítulo LVII

Paz em prece



Amado coração, não te amedronte

A tormenta frenética lá fora,

Na dor humana que se desarvora,

Mesmo que a sombra lívida te afronte.


Duras incompreensões chovam em monte,

Fúrias da noite gritem, de hora a hora,

Lembra o clarão do sol por nova aurora

Em que a vida mais alta se te aponte.


Do pensamento em paz a que te elevas,

Deixa que a luz de Deus dissipe as trevas,

Guardando a prece por seguro abrigo!…


E ama, serve, e segue, estrada a estrada,

Na certeza serena e imaculada

De que a bênção do Mestre vai contigo.




(Soneto recebido, na manhã de 26 de julho de 1975, no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, MG.)