A Gênese

CAPÍTULO I

Caráter da Revelação Espírita


• Item 60 •


Os Espíritos não se manifestam para libertar o homem do estudo e das pesquisas, nem para lhe transmitir, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode descobrir por si mesmo, eles o deixam entregue às suas próprias forças. É o que sabem hoje perfeitamente os espíritas. Há tempos a experiência tem demonstrado ser errôneo atribuir-se aos Espíritos todo o saber e toda a sabedoria e que baste a quem quer que seja dirigir-se ao primeiro Espírito que se apresente para conhecer todas as coisas. Saídos da Humanidade, os Espíritos constituem uma de suas faces. Assim como na Terra, no plano invisível também os há superiores e vulgares; muitos, pois, do ponto de vista científico e filosófico, sabem menos do que certos homens; eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos. Do mesmo modo que os homens, os Espíritos mais adiantados podem instruir-nos sobre maior quantidade de coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas, do que os atrasados. Pedir conselhos aos Espíritos não é entrar em entendimento com potências sobrenaturais; é tratar com seus iguais, com aqueles mesmos a quem o homem se dirigiria neste mundo: a seus parentes, a seus amigos ou a indivíduos mais esclarecidos do que ele. Disto é que importa que todos se convençam e é o que ignoram os que, não tendo estudado o Espiritismo, fazem ideia completamente falsa da natureza do mundo dos Espíritos e das relações com o além-túmulo.