A Gênese

CAPÍTULO XII

Gênese Mosaica

Os seis dias
• Item 4 •


Notemos, em primeiro lugar, conforme vimos no cap. VII, item 14, que é inteiramente arbitrário o número de seis períodos geológicos, visto que se eleva a mais de vinte cinco o número de formações bem caracterizadas, número que, além disso, apenas determina as grandes fases gerais. Ele só foi adotado, no começo, para encaixar as coisas, o mais possível, no texto bíblico, numa época, aliás, pouco distante, em que se entendia que a Ciência devia ser controlada pela Bíblia. É por isso que os autores da maior parte das teorias cosmogônicas, tendo em vista facilitar a sua aceitação, se esforçaram por se pôr de acordo com o texto sagrado. Logo que se apoiou no método experimental, a Ciência sentiu-se mais forte e se emancipou. Hoje é ela que controla a Bíblia.
Por outro lado, a Geologia, tomando por ponto de partida unicamente a formação dos terrenos graníticos, não abrange, no cômputo de seus períodos, o estado primitivo da Terra. Tampouco se ocupa com o Sol, com a Lua e com as estrelas, nem com o conjunto do Universo, que pertencem à Astronomia. Para enquadrar tudo na Gênese, cumpre que se acrescente um primeiro período, que abarque essa ordem de fenômenos e ao qual se poderia chamar período astronômico.
Além disso, nem todos os geólogos consideram o período diluviano como formando um período distinto, mas como um fato transitório, passageiro, que não mudou sensivelmente o estado climático do globo, nem marcou uma fase nova para as espécies vegetais e animais, visto que, com poucas exceções, as mesmas espécies se encontram antes como depois do dilúvio. Podemos, pois, desprezar esse período, sem, por isso, nos afastarmos da verdade.