Dizem que uma estrela apareceu aos magos que foram adorar a Jesus; que ela lhes ia à frente indicando-lhes o caminho e que se deteve quando chegaram. (São
Mateus 2:1-12.)
A questão não é saber se o fato narrado por São Mateus é real ou não, ou se não passa de uma figura indicativa de que os magos foram guiados de forma misteriosa ao lugar onde estava o menino Jesus, uma vez que não existe meio algum de verificação; trata-se, isto sim, de saber se é possível um fato de tal natureza.
O que é certo é que, naquela circunstância, a luz não podia ser uma estrela. Na época em que o fato ocorreu, era possível acreditassem que fosse, porque então se pensava que as estrelas eram pontos luminosos cravados no firmamento e que podiam cair sobre a Terra; mas não hoje, quando se conhece a natureza das estrelas.
Entretanto, por não ter como causa a que lhe atribuíram, não deixa de ser possível o fato da aparição de uma luz com o aspecto de uma estrela. Um Espírito pode aparecer sob forma luminosa, ou transformar uma parte do seu fluido perispirítico em um foco luminoso. Muitos fatos desse gênero, recentes e perfeitamente autênticos, não procedem de outra causa, que nada apresenta de sobrenatural. (Cap. XIV, itens 13 e seguintes.)