A Gênese
CAPÍTULO XV
Os Milagres do Evangelho
Perda de sangue
• Item 11 •
Estas palavras: conhecendo em si mesmo a virtude que dele havia saído, são significativas. Exprimem o movimento fluídico que se operava de Jesus para a doente; ambos experimentaram a ação que acabara de produzir-se. É de notar-se que o efeito não foi provocado por nenhum ato da vontade de Jesus; não houve magnetização nem imposição das mãos. Bastou a irradiação fluídica normal para realizar a cura.
Mas por que essa irradiação se dirigiu para aquela mulher e não para outras pessoas, uma vez que Jesus não pensava nela e estava cercado pela multidão? A razão é bem simples. Considerado como matéria terapêutica, o fluido tem que atingir a desordem orgânica, a fim de repará-la; pode então ser dirigido sobre o mal pela vontade do curador, ou atraído pelo desejo ardente, pela confiança, pela fé do doente, em suma. Com relação à corrente fluídica, o primeiro age como uma bomba premente, e o segundo como uma bomba aspirante. Algumas vezes, é necessária a simultaneidade das duas ações; de outras, basta uma só. O segundo caso foi o que ocorreu no fato de que tratamos.
Jesus tinha, pois, razão para dizer: Tua fé te salvou. Compreende-se que a fé a que Ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação. Assim sendo, é fácil compreender-se que, apresentando-se ao curador dois doentes com a mesma enfermidade, um possa ser curado e outro não. É este um dos mais importantes princípios da mediunidade curadora e que explica certas anomalias aparentes, apontando-lhes uma causa muito natural. (Cap. XIV, itens 31 a 33.)