A Gênese

CAPÍTULO XV

Os Milagres do Evangelho

O paralítico da piscina
• Item 22 •


Entre os romanos, chamava-se piscina (da palavra latina piscis, peixe), aos reservatórios ou viveiros onde se criavam peixes. Mais tarde, o termo se tornou extensivo aos tanques destinados a banhos em comum.
A piscina de Betesda em Jerusalém era uma cisterna, próxima ao Templo, alimentada por uma fonte natural, cuja água parecia ter tido propriedades curativas. Era, sem dúvida, uma fonte intermitente que, em certas épocas, jorrava com força, agitando a água. Segundo a crença vulgar, esse era o momento mais favorável às curas. Talvez, ao brotar da fonte, as propriedades da água fossem mais ativas; ou então, que a agitação que o jorro produzia na água fizesse vir à tona a vasa salutar para algumas moléstias. Tais efeitos são muito naturais e perfeitamente conhecidos hoje; mas, então, as ciências estavam pouco adiantadas e à maioria dos fenômenos incompreendidos se atribuía uma causa sobrenatural. Os judeus, pois, acreditavam que a agitação da água se devesse à presença de um anjo, e essa crença lhes parecia tanto mais fundada porque viam, naquelas ocasiões, que a água se mostrava mais curativa.
Depois de haver curado aquele homem, Jesus lhe disse: “Para o futuro não tornes a pecar, a fim de que não te suceda coisa pior”. Por essas palavras, deu-lhe a entender que a sua doença era uma punição e que, se ele não se melhorasse, poderia vir a ser de novo punido e com mais rigor. Essa doutrina é inteiramente conforme à que ensina o Espiritismo.