A Gênese

CAPÍTULO XV

Os Milagres do Evangelho

Aparição de Jesus após sua morte
• Item 61 •


Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com detalhes circunstanciados que não permitem se duvide da sua realidade. Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e não apresentam nada de anômalo em face do fenômeno do mesmo gênero, de que a História, antiga e moderna, oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade. Se notarmos as circunstâncias em que ocorreram as suas diversas aparições, nele reconheceremos, em tais ocasiões, todas as características de um ser fluídico. Aparece inopinadamente e do mesmo modo desaparece; uns o veem, outros não, sob aparências que nem mesmo os seus discípulos o reconhecem; mostra-se em recintos fechados, onde um corpo carnal não poderia penetrar; sua própria linguagem não tem a vivacidade da de um ser corpóreo; fala em tom breve e sentencioso, peculiar aos Espíritos que se manifestam daquela maneira; todas as suas atitudes, em suma, denotam alguma coisa que não é do mundo terreno. Sua presença causa simultaneamente surpresa e medo; ao vê-lo, seus discípulos não lhe falam com a mesma liberdade de antes; sentem que já não é um homem.
Jesus, portanto, se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que Ele quis que o vissem. Se estivesse com o seu corpo carnal, todos o veriam, como quando estava vivo. Ignorando a causa primeira do fenômeno das aparições, seus discípulos não se davam conta dessas particularidades que, provavelmente, não lhes mereciam qualquer atenção. Já que viam o Mestre e o tocavam, para eles aquele era o corpo ressuscitado de Jesus. (Cap. XIV, itens 14 e 35 a 38.)