A Gênese
CAPÍTULO XVI
Teoria da Presciência
Desaparecimento do corpo de Jesus
• Item 15 •
Para determinação da época dos acontecimentos futuros, será preciso, além disso, levar em conta uma circunstância inerente à própria natureza dos Espíritos.
O tempo, assim como o espaço, só pode ser avaliado com o auxílio de pontos de referência que o dividam em períodos que se possam contar. Na Terra, a divisão natural do tempo em dias e anos é marcada pelo nascer e pelo pôr do sol, assim como a duração do movimento de translação da Terra. As unidades de medida do tempo devem variar de acordo com os mundos, visto que os fenômenos astronômicos são diferentes. Assim, por exemplo, em Júpiter, o dia equivale a dez das nossas horas e os anos a mais de doze anos terrestres.
Há, pois, para cada mundo um modo diferente de computar-se a duração, de acordo com a natureza das revoluções astrais que nele se efetuam. Já haverá aí uma dificuldade para os Espíritos que, não conhecendo o nosso mundo, determinem datas com relação a nós. Além disso, fora dos mundos, não existem tais meios de apreciação. Para um Espírito, no espaço, não há nascer nem pôr do sol a marcar os dias, nem revolução periódica a marcar os anos; só há, para ele, a duração e o espaço infinitos. (Cap. VI, itens 1 e seguintes.) Aquele, portanto, que jamais houvesse vindo à Terra, não possuiria nenhum conhecimento dos nossos cálculos que, aliás, lhe seriam completamente inúteis. Mais ainda: aquele que jamais houvesse encarnado em um mundo não teria qualquer noção das frações da duração. Quando um Espírito estranho à Terra vem manifestar-se entre nós, não pode precisar datas aos acontecimentos, senão identificando-se com os nossos usos, o que sem dúvida lhe é possível, embora, na maioria das vezes, ele não descubra nenhuma utilidade nessa identificação.