A Gênese
CAPÍTULO XVII
Predições do Evangelho
Juízo final
• Item 67 •
O juízo, pelo processo da emigração, conforme ficou explicado no item 63, é racional; funda-se na mais rigorosa justiça, visto que conserva para o Espírito, eternamente, o seu livre-arbítrio; não constitui privilégio para ninguém; a todas as criaturas, sem exceção alguma, Deus concede igual liberdade de ação para progredirem; o próprio aniquilamento de um mundo, acarretando a destruição do corpo, não ocasionará nenhuma interrupção à marcha progressiva do Espírito. Tais as consequências da pluralidade dos mundos e da pluralidade das existências.
Segundo essa interpretação, a qualificação de juízo final não é exata, uma vez que os Espíritos passam por análogas fieiras a cada renovação dos mundos que eles habitam, até que atinjam certo grau de perfeição. Não há, portanto, juízo final propriamente dito, mas juízos gerais em todas as épocas de renovação parcial ou total da população dos mundos, por efeito das quais se operam as grandes emigrações e imigrações de Espíritos.
[1]N. de A. K.: Todas as doutrinas filosóficas e religiosas trazem o nome do seu fundador. Diz-se: o Moisaísmo, o Cristianismo, o Maometismo, o Budismo, o Cartesianismo, o Furrierismo, o São-Simonismo etc. A palavra Espiritismo, ao contrário, não lembra nenhuma personalidade; encerra uma ideia geral, que, ao mesmo tempo, indica o caráter e a fonte multíplice da sua doutrina.
[2]N. de A. K.: Esta expressão: abominação da desolação não só é destituída de sentido, como se presta ao ridículo. A tradução de Osterwald diz: “A abominação que causa a desolação”, o que é muito diferente. O sentido então se torna perfeitamente claro, porque se compreende que as abominações hajam de acarretar a desolação, como castigo. Quando a abominação, diz Jesus, se instalar no lugar santo, também a desolação virá para aí e isso constituirá um sinal de que os tempos estão próximos.