Recebi a sua carta, Meu caro Antônio José, Sobre antiga indagação No campo de nossa fé. Diz você: “Caro Cornélio, Escute. Por que será Que tanta gente prefere Viver na banda de lá? Na banda de cá, nós temos Esperança, paz e luz, Trabalho de melhoria Nos créditos de Jesus. Mas creia que dói saber Quando se nota e se pensa Que temos tantos amigos Enrolados na descrença.” A linha que você fez, A meu ver, melhor não há: Separando a nossa banda Da outra banda de lá. No entanto, a minha resposta É igual à que você tem; Infeliz de quem descrê Da vida no Mais Além. Na banda de lá, meu caro, Há muita sombra escondida E muita gente chorando Sem fé no poder da vida. Os irmãos que vivem lá E nisso é que me embaralho, Desejam achar a fé Mas não desejam trabalho. Procuram revelações, Prodígios fenomenais, Querem verdades ao certo, Quando encontram querem mais. Na banda de cá, por vezes, A provação fere fundo, Contudo, a crença dissolve Qualquer problema do mundo. Há pessoas separadas, Bom senso não nega isso, Porque nem todos trabalham Sob o mesmo compromisso. Sendo assim, todos achamos Muitas lutas por vencer, Burilamento reclama Cada qual em seu dever. Por isso, meu caro amigo, Sob a fé que serve e anda, Continuemos fiéis Do lado de nossa banda. Podem surgir brigalhada, Reclamação, amargura, Mas no meio dos pampeiros A fé se mantém segura. Na banda de cá, por vezes, A provação fere fundo, Contudo, a crença dissolve Qualquer problema do mundo. Há pessoas separadas, Bom senso não nega isso, Porque nem todos trabalham Sob o mesmo compromisso. Sendo assim, todos achamos Muitas lutas por vencer, Burilamento reclama Cada qual em seu dever. Por isso, meu caro amigo, Sob a fé que serve e anda, Continuemos fiéis Do lado de nossa banda. E supliquemos a Deus Que a todos sustentará, Muito amparo à nossa banda E paz na banda de lá. |