Você me pergunta em carta, Meu caro Antônio Garcia, Sobre o amor livre na Terra, No sexo de hoje em dia. O que dizer, meu irmão? Eis neste assunto o que sei: O sexo sem controle Inventa o amor sem lei. Recorde o antigo provérbio: “Na casa em que não há pão, Todos reclamam comida E se agitam sem razão.” Exalta-se em toda parte O corpo por nobre centro Com muito sexo por fora E muito chulé por dentro. Tanto o homem pulou cercas, Nas cercas em derredor, Que a mulher quis imitá-lo E a luta ficou pior. Tanto a mulher se descobre, Que o homem fica a pensar, Se deseja estar na rua Ou mesmo se quer um lar. Sexo livre? Amor livre? Garcia, não falarei, Diga aos nossos que sou morto E por isso nada sei. |