Lamentas, coração, o dever que te prende, Quase que o dia inteiro, Como se a vida se te fosse Pesado e doloroso cativeiro. Não lastimes, porém, se tens obrigações Se outros encargos extras, ao redor, Tranquiliza-te e pensa Que Deus nos dá sempre o melhor. Em toda parte, a Natureza É um livro de lições sábias e novas, Formando exemplos para a vida E indicando o roteiro às nossas provas. Não fosse o tronco anoso e resistente, Suportando granizo e tufões escarninhos, Não surgiriam frondes vigorosas Acalentando a música dos ninhos. Sem as montanhas empedradas, Cuja forma real tampouco se descerra, O mar invadiria os continentes, Destruindo as cidades sobre a Terra. Sem o solo gemendo, ao peso dos tratores, Sem o arado a rasgar-lhe o coração fecundo, A Civilização não teria colheitas Para extinguir a fome que há no mundo. Se a mãe bovina recusasse a estaca Em que o ordenhador a fere e desafia A fim de lhe furtar o sangue transformado em leite, Quanta criança morreria!… Assim também no mundo, coração amigo, Quem não estende o bem, nem decide a se expor Ao trabalho, à renúncia e ao sacrifício, Não consegue servir na construção do Amor!… |
Conferir no o texto da mensagem com a leitura que o Chico fez ao término da psicografia. No início do sétimo verso, a frase “Se a ama do estábulo, recusasse a estaca”, foi revisada pelo Chico e substituída por: “Se a mãe bovina recusasse a estaca”. O manuscrito dessa psicografia, já revisada, se encontra sob a custódia do Dr. Eurípedes Higino, filho adotivo do Chico.