Caminhos de Volta

Capítulo XXXVI

Desajustamentos



Antecedendo nossa reunião pública, trocávamos ideias sobre os desajustamentos e perturbações a que somos levados, nos tempos que atravessamos. Concluímos que os antagonismos e as lutas espirituais vão crescendo nos lares e grupos familiares e explodem nos contatos públicos, exigindo muita compreensão e serenidade da parte dos que possam auxiliar a sustentação da tranquilidade geral. Destacávamos o apoio providencial dos conhecimentos espíritas para não perder a esperança, quando chamados às tarefas doutrinárias.

Iniciada a reunião, O Evangelho Segundo o Espiritismo () nos deu a estudo o item 5 do capítulo IX. Vários comentaristas expressaram-se com muita oportunidade sobre o texto. Complementando as tarefas da noite, Emmanuel compareceu com a página “Diante da Paz”.


DIANTE DA PAZ

Nunca é demais afirmar que a paz começa em nós e por nós.

Os pacificadores, porém, são aqueles que aceitam em si o fogo das dissensões, de modo a extingui-lo com os recursos da própria alma, doando tranquilidade a todos aqueles que lhes compartilham a marcha.

Quanto puderes, distribui o alimento da concórdia, reconhecendo que a bênção da paz é desdobramento do pão de cada dia.

Emissários do Bem, domiciliados na 5ida Maior, desenvolvem empreendimentos de paz em todas as direções no mundo, mas precisam de cooperadores fiéis que lhes interpretem a obra benemérita ao lado das criaturas.

Se aderiste a essa campanha bendita, auxilia-os em bases de entendimento e serviço.

Onde a palavra seja convocada ao socorro fraterno, fala auxiliando e, se o mal aparece por desequilíbrio de forças, conturbando situações, corrige o mal com amor, limitando-lhe a influência ou curando-lhe as feridas.

Se agressões repontam à frente, considera que as enfermidades ocultas atacam em todos os lugares e ampara as vítimas de semelhantes arrastamentos, na certeza de que a tolerância, agindo construtivamente, é a terapêutica que nos presume a todos contra os assaltos da violência.

Se a injúria escarnece, capacita-te de que a crueldade é sinônimo de alienação mental e usa o perdão por exaustor das trevas que invadem o raciocínio daqueles que se perdem nos labirintos da delinquência.

Faze silêncio onde o silêncio consiga apagar desavenças e acusações e, quanto possível, transforma-te no ponto terminal de qualquer processo de incompreensão, capaz de degenerar em perturbação ou loucura.

Onde estiveres, abençoa.

Naquilo que penses, mentaliza o melhor.

No que digas, harmoniza os outros quanto possas.

No que faças, constrói sempre para o bem geral.

Nunca nos esqueçamos de que o Príncipe da Paz, na Terra, nasceu em clima de dissensões, viveu através de hostilidades permanentes, serviu entre adversários gratuitos e selou o próprio trabalho sob a vitória aparente dos perseguidores; mas, supostamente vencido, o Cristo de Deus, de século a século, cada vez mais intensamente, é o fiador da concórdia entre as nações, erguendo-se por doador de paz genuína ao mundo inteiro.