Dialogávamos sobre os problemas na atualidade. Por que descrer da Divina Sabedoria, quando a sabedoria da vida é um tesouro de surpresas em toda parte? Se o homem, quanto mais investiga a Natureza, mais se vê na obrigação de estudar para ir entendendo a Verdade, por que a descrença de tantas criaturas que negam a vida espiritual, dizendo ser impossível a prova da existência fora do campo físico?
Relacionando opiniões sobre o assunto, fomos às tarefas da noite. O Livro dos Espíritos () nos deu, de imediato, a questão 799. Após diversas explanações a respeito, foi a vez de nosso benfeitor Emmanuel trazer-nos sua palavra, através da mensagem “Nossos 1rmãos Ateus”.
Ante a suposta rebeldia dos nossos irmãos incrédulos, tolera com paciência a rudeza que, porventura, extravasem, sem vergastá-los com proposições e argumentos que talvez, por agora, não consigam aceitar ou compreender.
Reflete na extensão do sofrimento que, em maioria, nós, os Espíritos desencarnados e encarnados, em evolução na Terra, temos colocado na atmosfera do planeta e, se já alcançaste a fé viva nas Leis de Deus, compadece-te.
Eles desejariam aceitar a sobrevivência da alma, além do Plano Físico; no entanto, sem entender ainda o conteúdo de misericórdia com que a morte lhes subtraiu os entes amados, estiraram-se em desespero.
Ansiavam confiar na vitória definitiva da bondade humana, mas ainda distantes dos conhecimentos alusivos à reencarnação, presenciaram quadros selvagens de delinquência e jazem quebrados de angústia, ignorando que os empreiteiros do desequilíbrio e da crueldade estão algemados às consequências dos atos infelizes, forjados por eles mesmos.
Aspirariam a admitir a existência de mundos inumeráveis em faixas outras do Universo; entretanto, ainda longe de perceberem a vida sublimada em germinação neles próprios, agarram-se às impressões do cérebro condicionado em que lhes cabe servir e não conseguem registrar a presença do Espírito e da matéria em ondas de energia que lhes fogem ao critério de observação e ciência.
Quereriam crer na alma independente do corpo; no entanto, ainda inabilitados a reconhecer que o Espírito reencarnado usa o próprio envoltório, à feição do musicista com o violino em que se expressa e, enxergando o corpo na enfermidade ou na velhice, qual violino estragado ou sem cordas, espantam-se com a melodia desafinada ou com a ausência da melodia, quando o artista não mais consegue controlar o seu próprio instrumento ou utilizá-lo devidamente.
Diante dos nossos irmãos incrédulos, não lhes retires o direito de duvidar e sofrer.
São companheiros que resvalaram na sombra, muitas vezes assaltados por pesadelos sinistros e, por isso mesmo, despojados de equilíbrio e esperança.
Não lhes fujas à dor. Recordando o samaritano da parábola, (Lc
E, fazendo por eles a tua parte de amor, segue adiante, ao encontro das tarefas que te esperam presença e trabalho em teu próprio caminho, conservando a certeza de que Deus, cuja Infinita Bondade zela por todos nós, saberá o melhor modo de auxiliar e socorrer com eficiência e segurança a cada um.