Em muitas situações, o cárcere de limitação em que nos debatemos não é senão aquele da ignorância, de que nos cabe sair pelas atividades do estudo ou pelas aulas compulsórias da experiência. E note-se que educação é impraticável sem disciplina.
Noutros casos, achamo-nos magneticamente acorrentados a celas de prova, cumprindo austeras sentenças, lavradas ou solicitadas por nós mesmos, antes da reencarnação, perante as incriminações do foro íntimo, das quais tão só a paciência sem lindes nos pode liberar.
Habitualmente, na Terra, porém, somos simultaneamente o aluno matriculado no instituto da evolução e o devedor em compromissos no tribunal. Lutamos pela aquisição de conhecimento, carregando, em contrapeso, o fardo das dívidas que nos compete ressarcir.
Tolera, com serenidade o carnicão dos males que, porventura, te assolem a vida. É por ele que esgotas os resíduos de sombra em que o passado te embaraçou e é ainda através dele que as Leis Divinas te observam o grau de aproveitamento na escola em que te situas. Muitas vezes, semelhante setor de lições do estágio terrestre é a casa superlotada de sofrimento, a moléstia irreversível, o ostracismo social, a condição de penúria ou o processo obsessivo em que se te acrisolam os pensamentos, e, noutros lances da existência, é o parente difícil que destoa da família correta, o desastre que suprime a alegria do lar ridente e próspero, os conflitos do sentimento entranhados na alma ou o adeus de um ente amado que a provação distancia.
Se trazes, em meio do aprendizado que o mundo nos oferece, uma conjuntura assim, qual ponto nevrálgico nas ramificações do destino, ama, suporta, desculpa, serve e auxilia constantemente.
Problemas que resolvemos por nós representam quotas de esforço pacífico, pelas quais adquirimos os benefícios do educandário em que nos aprimoramos para o futuro; entretanto, os problemas que nos pesam nos ombros, todos os dias, e que só o tempo consegue solucionar, constituem o preço de nossa libertação.