É com imensa alegria e sensação de dever cumprido que entregamos ao amigo leitor a presente obra, que encerra a , iniciada no livro Palavras Sublimes, publicado também pela Vinha de Luz Editora, em 2014.
Não foram poucos os esforços empenhados para a organização da obra. Foi necessário folhear cada exemplar do Reformador desde 1927 até 2015, embora a primeira mensagem de Chico Xavier no periódico só tenha sido publicada em 1930. Isso mesmo. Foi folheado cada exemplar do Reformador desde 1927 e foram encontradas mais de quatro mil publicações com mensagens de Chico Xavier, embora muitas dessas mensagens tenham sido publicadas mais de uma vez. Mas o trabalho não parou por aí: era preciso verificar se essas mensagens haviam sido publicadas nas obras de Chico Xavier. Aí foi necessário pesquisar na internet e acessar a vasta bibliografia de Chico Xavier que, nos dias atuais, já ultrapassa as 500 obras! O resultado dessa busca é o que apresentamos ao leitor: as mensagens psicografadas por Chico Xavier publicadas no Reformador e que não localizamos em nenhum de seus livros.
O roteiro dessa obra contempla, e complementa, o que há de melhor na psicografia de Francisco Cândido Xavier: aí estão o seu mentor espiritual Emmanuel e os amigos espirituais que o acompanharam ao longo de décadas. Entre os poetas, Augusto dos Anjos, Cruz e Souza, Olavo Bilac, Castro Alves, Cornélio Pires e Maria Dolores deixaram seus versos. Não faltaram as prosas de André Luiz e de Irmão X (Humberto de Campos). E destacamos ainda os textos doutrinários do Dr. Bezerra de Menezes, de Bittencourt Sampaio e de Eurípedes Barsanulfo. Trata-se de um compêndio que engloba material para profundos estudos, proporcionando valiosos conhecimentos e oportunas reflexões.
Concluir esse trabalho é uma conquista significativa, em função de Reformador ser a revista espírita mais antiga em circulação no Brasil e uma das mais antigas do mundo. Mas se essa etapa vencida encerra um ciclo, nos traz o empenho e a responsabilidade de continuar a buscar em dezenas de outras revistas e jornais as mensagens que Chico Xavier espalhou por toda a imprensa, como também por todos os lugares por onde passou. A jornada continua e parece não ter fim. Pois se sabemos como tudo começou — e tivemos a grata satisfação de publicar a mensagem “Exultemos” — a primeira que Chico Xavier publicou na vida, não sabemos até onde vamos chegar.
Chico viveu muito. Trabalhou muito. Dormiu pouco. Num dia qualquer Chico psicografava mais de quinhentas receitas do Dr. Bezerra de Menezes. Depois continuava nas reuniões psicografando mensagens e atendendo ao público até às últimas horas da madrugada. O seu lazer de domingo era responder a centenas de cartas. Quantas delas estão perdidas por aí, embora no momento que foram produzidas serviram de lenitivo, de consolo e esperança a tantos milhares de sofredores!
Chico trabalhou durante décadas no seu ofício de médium psicógrafo no Centro Espírita Luiz Gonzaga, no Centro Espírita Meimei, na Fazenda Modelo, na Comunhão Espírita Cristã, no Grupo Espírita da Prece e em muitas outras instituições. Há tanto material perdido por aí, como os inúmeros programas de televisão em que ele participou — mas aí já é outra história. Aos poucos, muitos outros tesouros em forma de mensagens, cartas, entrevistas e programas de televisão vão sendo encontrados e divulgados ao público. Isso só nos faz redobrar as nossas energias e os nossos esforços para continuar buscando incansavelmente o legado daquele que, na sua humildade, se considerava no máximo um cisco de Deus, mas que, na realidade, foi um apóstolo da caridade, alguém cujo maior objetivo foi semear o bem. Seus escritos e suas palavras não foram letras mortas em sua vida, pois ele personificou como poucos o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo cada dia de sua longa jornada. Talvez mais que um cisco ele fosse um lenço de Deus, pois o que mais fez na vida foi enxugar lágrimas — pessoalmente ou por meio das mensagens contidas em sua vasta obra. Nosso objetivo é soprar a poeira dessas mensagens que se encontram perdidas em bibliotecas inacessíveis ao grande público e espalhá-las aos quatro cantos, a fim de que ninguém se esqueça desse grande servidor do Cristo.
Como Chico era avesso a elogios, e na sua simplicidade se comparava a um burrinho, certamente ele apreciaria muito mais que as pessoas lessem essas mensagens e, acima de tudo, colocassem em prática os seus ensinamentos, dando a sua parcela de contribuição para a construção de um mundo melhor. Que Chico vibre por nós, pois assim haverá de ser a transformação do mundo que desejamos para todos.
Organizador
Compõe o livro Chico Xavier — A aurora de uma vida entre o Céu e a Terra (VINHA DE LUZ, 2012)
“Sou um simples burrinho que carrega altos professores (os Espíritos de luz) para um festival de cultura e de amor.” (Declaração de Chico Xavier dada a O Jornal, edição de 29/08/1971).