[“Amados, não creiais em todo Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus.” — 1Jo
Para verificar se os Espíritos comunicantes são de Deus, entre as inquietações humanas, é imperioso saber se são portadores do verdadeiro bem.
Do bem que não se tisne de vaidade, que não se esconda nas aljavas do orgulho ou que não se envenene com a viciação do egoísmo feroz.
Nesse sentindo, convém lembrar que Jesus, o maior intérprete do Supremo Senhor entre os homens, medianeiro da Eterna Glória nas obscuridades do mundo, jamais fugiu ao padrão de humildade e simplicidade que lhe selaram a obra.
Genuíno profeta da Luz, não se esmera em exigir para companheiros os doutores do Sinédrio mergulhados no preconceito.
Acolhe os amigos singelos da Natureza, com eles repartindo o pão da sabedoria celestial.
Mestres dos mestres, não se preocupa em erguer uma cátedra à altura de sua grandeza, contentando-se em conversar com alguns doentes e com alguns infelizes, congregando em torno de si pobres mulheres e criancinhas sem lar.
Médico sublime, não se mostra interessado em curar as enxaquecas de Ântipas ou as crises nervosas de Pôncio Pilatos, preferindo servir aos enfermos desamparados e anônimos da via pública.
Fácil, portanto, conhecer quantos se desviam da claridade divina quando se revelam no labirinto das cogitações humanas. Se a palavra do mensageiro está repleta de promessas mirabolantes ou de vaticínios estranhos, de frases louvaminheiras ou de avisos aterradores, sem o mérito da lei que manda a cada um de nós semear no campo do bem para a colheita do bem, é preciso resguardar a vigilância nas mais íntimas cordas do coração, a fim de não perdermos o genuíno contato com a esperança do Cristo na construção divina do amor.
Reformador — Abril de 1958.
Segundo consta do original, a página foi recebida em reunião pública na noite de 18/11/1957, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Não há referência de local.