Obsidiado em casa, Nhô Cordeiro Comia angu e sopa de gamela, Mas levado à sessão em Vila Bela Melhorava, rezando o dia inteiro. Já quase são, ouviu da irmã Biela: — “Se quer ter mais saúde, companheiro, Ajude alguém!… Reparta algum dinheiro, Dê de seu prato aos órfãos da favela!…” Ouvindo esse conselho, o velho, aflito, Começou a berrar que nem cabrito. E gritou: — “Ninguém toca a minha renda!” E preferiu morrer, largado e louco, Mastigando farelo, barro e coco, Debruçado num cocho da fazenda. |
Reformador — Julho de 1967.
Segundo consta do original, o soneto foi recebido em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 22/04/1967, em Uberaba, Minas Gerais.