Cartas do Alto

Capítulo VIII

Quando…



Quando compreendermos que a dor do vizinho é tão grande ou maior que a nossa, dispondo-nos a auxiliá-lo…
Quando substituirmos a tristeza ou o desânimo pelo trabalho na prática do bem, considerando o divino valor do tempo…
Quando aplicarmos aos outros aquilo que desejávamos nos fizessem…
Quando percebermos que os erros do próximo são quase sempre muito menores que os nossos…
Quando admitirmos que a oportunidade da alegria e da paz deve fluir do Céu não somente para a nossa casa, mas para o caminho da humanidade inteira…
Quando observarmos que as nossas esperanças e necessidades são irmãs das necessidades e das esperanças de toda gente…
Quando reconhecermos que só o bem praticado por nosso próprio esforço, com o nosso suor, com o nosso sacrifício e com as nossas mãos pode fabricar o mérito para nossa alma…
Quando admitirmos que os nossos parentes e afeiçoados não são as melhores pessoas do mundo e sim criaturas iguais às outras, carentes de nosso concurso fraterno, mas nunca de nossa lisonja corruptora…
Quando sentirmos a imposição da guerra contra nós mesmos, a fim de liquidar as serpes do egoísmo e do ódio, da ignorância e da miséria espiritual que nos combatem, sutilmente, entrincheiradas no centro de nosso próprio ser…
Quando aceitarmos a realidade de que os outros se renovarão para o bem, se estivermos para o bem renovados e de que educaremos o próximo à medida que nos educarmos…

Então a mentira fugirá do nosso campo de ação como a treva desaparece à frente da luz.

O progresso ou a decadência dependem, simplesmente, de nós.

Quem desce à intimidade da furna conformar-se-á com a sombra.

Quem se eleva para o cimo dos montes rejubilar-se-á com a bênção da glória solar.

Preparemo-nos para a verdade, aprendendo com a luta, purificando-nos com o sofrimento, afeiçoando-nos com o serviço e sublimando-nos com o amor puro, porque consoante os ensinamentos do divino Mestre só a verdade nos fará livres. (Jo 8:32)




Reformador — Setembro de 1953.


Segundo consta do original, a página foi recebida em reunião pública da noite de 01/06/1953, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Não há referência de local. Embora e do mesmo autor espiritual, a mensagem é diferente da que consta do livro Paz e renovação, por Espíritos diversos (COMUNHÃO ESPÍRITA CRISTÃ - CEC, 1970, página 23).