Nunca digas A palavra que espanca ou amaldiçoa… Ainda quando estejas Sob a pressão de pedras inimigas Inspira-te nas forças benfazejas E conserva o silêncio que abençoa!… Se algo deves dizer, fala daquilo Que te mantenha na impressão De haver iluminado o coração Para torná-lo mais tranquilo. Não firas nem censures a ninguém, Nem sequer a pessoa Que te persegue ou te condena, De vez que reprovar não vale a pena, Seja qual for a trama Que nos envolve e nos enleia. Hoje, talvez, não haja treva nem lama Na estrada que te leva à estrada alheia, Mas quem sabe amanhã? Em plena luta humana, Quem poderá dizer que não se engana? Quem se declarará sem brecha ou sem fraqueza Perante as tentações que surgem de surpresa? Quem de nós, os Espíritos da Terra, Afirmará, com foros de verdade, Que não cai, que não foge ou que não erra Nas horas tristes da necessidade? Se o mal te experimenta, em dado instante, Escora-te no bem que nos garante A plantação da paz que nos renova E usa o verbo que ampare e que levante Por transportar, no fundo, A força que socorre os vencidos do mundo Nas agruras da prova. E se alguém te injuria Por que ames, suportes e abençoes, Cala, tolera e serve, dia a dia. Todo perdão de agora é alegria de depois, Porquanto, em qualquer tempo, é lei clara e sabida, Onde a justiça reina e a razão rege a vida, Seja aqui ou acolá, Se te apoias no bem, na senda em que transites, Pelos canais da luz e do amor sem limites, Deus te sustentará. |