Cartas do Alto

Capítulo LVII

Nos momentos difíceis



“Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça para os que promovem a paz.” — Tg 3:18

Não apenas suportar as tribulações que nos caibam. Auxiliar — mas auxiliar positivamente —, a fim de que se extingam no nascedouro quaisquer motivações para dificuldades alheias.

Comecemos pela área em que se nos desdobram as atividades no cotidiano.
Em qualquer lugar que se mostre assinalado pelo desequilíbrio, movimentemos os recursos indispensáveis à rearmonização.

No ambiente obscurecido por azedume ou desespero, liguemos os comutadores da fraternidade para a usina do bem, fazendo a luz da tolerância e do apaziguamento que dissipe as trevas da incompreensão.

Onde apareçam queixa ou desânimo, envenenando o círculo de trabalho em que vivemos, procuremos manejar os instrumentos da coragem e do otimismo para renovar a esperança e a alegria de viver.

Abster-nos de ampliar a desarmonia.
Fugir de comunicar a discórdia.
Olvidar desajustes.
Suprimir quaisquer causas de reclamação ou desentendimento.

Ainda quando nas situações consideradas difíceis se rogue o concurso da verdade nas obras de esclarecimento, busquemos administrá-la aos que necessitem dela em doses compatíveis com a posição e condição espiritual que apresentem, utilizando-a no veículo do amor.

Forçoso não esquecer, em semelhantes crises, que Deus encerra em Si toda a verdade e todo o amor, no entanto, por amor à Criação, espera que a vida cresça em grandeza e compreensão para iluminá-la com a verdade.

Amemos, sobretudo.

Auxiliemos, entendamos, amparemos e abençoemos sempre.

Por amor à verdade, saibamos viver na verdade do amor, dentro da qual cada um de nós — de nós para os outros — pode e deve ser um canal vivo e incessante da bênção de Deus.




Reformador — Outubro 1975, p. 224.