Meu amigo e irmão.
Apresentando-lhe “Cartas do Coração”, tenho o pensamento voltado para o “Lar Transitório do Aliança do Divino Pastor”, em benefício do qual foram impressas estas páginas. Nelas se encontram mensagens de saudades e de carinho de quantos atravessaram o imenso mar da morte, ansiosos por se revelarem aos entes amados, que deixaram à retaguarda e aos quais precederam na grande viagem da vida.
Guarde suas palavras no coração e estenda sua mão generosa à caridade, que hoje bate à sua porta. Não negue o óbolo do seu auxílio a tão elevado empreendimento, certo de que estará, assim, ajudando uma obra de amor cristão, cuja orientação está entregue a dirigentes operosos e responsáveis.
Ouça o pulsar do seu coração em harmonia com os ensinamentos de Jesus, Nosso Mestre e Senhor. E quando descansar seus olhos sobre a beleza e sabedoria que estas lições traduzem, você sentirá conforto e alegria, porque a paz do Divino Doador de que elas estão impregnadas transformará suas lutas de cada dia em radiosas esperanças do Eterno Porvir.
Rio de Janeiro, 14 de julho de 1952.
Do correio de outras Esferas, chegam presentemente ao mundo variadas mensagens.
São cartas de esperança e amor, entendimento e carinho.
De irmão para irmão.
De mães abnegadas para filhos afetuosos.
De filhos amigos aos pais dilacerados de aflição.
De trabalhadores agradecidos a lidadores saudosos.
Páginas de ternura e compreensão, vertidas pela alma dos que partiram para a ressurreição sublime, estimulando ao bem e à verdade.
Apelos à resignação e à paz.
Convites ao aperfeiçoamento.
Boas novas de regozijo e consolação.
Alguns companheiros reuniram as missivas deste volume, consagrando-as à plantação da beneficência.
Notícias do Plano espiritual serão transformadas em pão e agasalho, vestimenta e remédio para os necessitados de assistência e reajuste.
Que as páginas deste livro se convertam em socorro para os nossos irmãos menos felizes do caminho, oferecendo, simultaneamente, luz e conforto, renovação e alegria ao leitor amigo, são os nossos votos. Esperando, pois, que o Senhor nos ajude a alcançar os nossos objetivos, entregamos, prazerosamente, aos nossos companheiros de ideal estas cartas do coração para o coração.
Pedro Leopoldo, 14 de julho de 1952.
Ele vinha ao meu lado em noite escura Quando minh’alma orava à angústia presa, Através do Evangelho da beleza, Libertar-me das trevas da amargura Sublime de humildade e de realeza Revelava-me a luz formosa e pura, Que colhemos na carne que depura, Torturada de dor e de tristeza… Agora, meus Jesus, que a prova é finda, Deixa, Senhor, que eu te agradeça ainda O sofrimento, a chaga e a solidão! Recebe no esplendor do eterno dia O pranto que derramo de alegria Nas preces pobres de meu coração. |
Esse soneto e o próximo foram extraídos da 3ª Parte do livro Flores de Outono, editado pela LAKE, sendo os únicos da relação de poemas mediúnicos daquela obra que não constavam dessa compilação. K.J.
Graças a ti, ó dor, minh’alma agora Bendiz o sacrifício amargo e justo… Graças a ti lutei, vencendo a custo As fronteiras da angústia que devora! O teu cálix de pranto que aprimora, Que enche o mundo de fel, desgosto e susto; Nasce do excelso altar do templo augusto Da verdade que esplende céus afora… Feres, rude e cruel, bates e humilhas, Mas teus golpes produzem maravilhas E a tua voz jamais amaldiçoa. A ti, glória imortal! Bendita sejas, Na adoração de todas as Igrejas, Mensageira de Deus, humilde e boa. |
Esse soneto e o anterior foram extraídos da 3ª Parte do livro Flores de Outono, editado pela LAKE, sendo os únicos da relação de poemas mediúnicos daquela obra que não constavam dessa compilação. K.J.