Perdoa a mágoa hostil que te consome, Porque, no centro dalma dolorida, Há de travar-se, com rigor sem nome, A batalha que aflige mais que a fome, Pela sublimação da própria vida. Enquanto vociferas quanto esgrimes, Contra todos, supondo-te o mais forte, Desprezarás teus próprios dons sublimes, Multiplicando as lágrimas e os crimes Que te prendem aos pântanos da morte. Foge aos golpes escuros do conflito, Não te faças rebelde, triste e louco; Ao redor de teus sonhos no Infinito. Há sempre um mundo amargurado e aflito, Melhorando e subindo, pouco a pouco. Não dueles morrendo, em vão, lá fora… Trabalha, valoroso, dia a dia, Aceitando o aguilhão que te aprimora E acendendo, em ti mesmo, a nova aurora Da verdade, de amor e da harmonia! Transforma em luz a fé que te domina, Ensinando e servindo, sem alarde, Porque amanhã, chorando o corpo em ruína, Procurarás, debalde, a luz divina, Suplicando e gemendo muito tarde. |