Cartas do Coração

Capítulo LV

Desejo



O desejo de qualquer natureza gera a energia potencial.

E depois do impulso, aparecem os primeiros raios do sentimento.

O sentimento agita os poderes da vontade.

Em seguida, a vontade surge no cérebro em forma de pensamento.

Temos, desde logo, a força irradiante, à procura da concretização segundo a sua espécie.


Então, ei-la a exprimir-se em todas as direções.

É palavra que edifica ou destrói.

É ação boa ou má.

É resolução santificante ou menos digna.

É atitude que auxilia ou prejudica.

É determinação que ampara ou menospreza.

É ato, enfim, que significa compromisso no bem ou no mal.


Tenhamos, assim, cautela com os nossos próprios desejos.

Querer é começar a fazer.

Anelando e imaginando, libertamos de nós mesmos a energia indispensável à materialização de nossas criações interiores.

Damos do que possuímos.

Recebemos, de acordo com a nossa preferência.

Permutamos recursos e impressões, de acordo com os nossos princípios e ideais.

O desejo é semente da alma. Por isso mesmo, asseverou a profecia no caminho dos séculos: — “Guarda carinhosamente o teu coração porque dele procedem as fontes da vida”. (Pv 4:23)