Cartas do Coração

Capítulo XI

Perante a morte



Cai a sombra da morte no caminho

Mas, ao invés da triste noite escura,

Surgem na madrugada de ventura

Novo céu, nova estrada, novo ninho.


Não mais o doloroso torvelinho

Nem a aflição da carne que tortura:

— Voa a alma livre à luz risonha e pura,

Embriagada de celeste vinho.


Para quem guarda o bem, para quem lida,

Procurando Jesus em toda a vida,

A morte é doce prêmio à longa espera.


A sepultura em treva, angústia e pranto,

Descortina o reinado sacrossanto

Da Eterna Paz, na Eterna Primavera.