Meu Deus, deponho aos teus pés Meu vestido de noivado. Meus pesares do passado E as rosas do meu jardim… Pois, agora, Pai Querido, Somente vibra, em meu peito, Teu Amor Santo e Perfeito, Teu Amor puro e sem fim. Ah! Meu Pai, guarda contigo Meu cofre de arminho e ouro, Onde eu guardava o tesouro Que me deste ao coração. Entrego-te as minhas horas Meus sonhos e meus castelos; Meus anseios mais singelos, Minhas capas de ilusão!… Pai dos Céus, guarda a coroa Das flores de laranjeira Que eu teci a vida inteira Como pássaro a cantar! Oh! Meu Senhor, como é doce Partir os grilhões do mundo E esperar-te o amor profundo Nas bênçãos do Eterno Lar. Em troca, Meu Pai, concede, Agora que me levanto, Que a Lã do Cordeiro Santo Me agasalhe o coração! Que eu calce a sandália pobre Para a grande caminhada, Que me conduzirá à Morada Da Paz e da Redenção. |
— Estes versos foram ditados para uma jovem moribunda, recém-casada, que desencarnou alguns dias depois.